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Deixa adivinhar: Provavelmente você faz parte das milhões de pessoas que se emocionaram com o filme ‘Sempre ao seu lado’ de 2009, que conta a linda história de amizade entre o cão Hachiko e seu dono, o professor universitário Parker, vivido pelo ator Richard Gere, certo?
Mas se você quer saber mais sobre a verdadeira história de amor e lealdade entre eles… Parabéns! Você está no lugar certo.
A verdadeira história de uma amizade além da vida…
Na realidade o professor Parker se chamava Eisaburo Ueno e ministrava aulas de Ciência da Agricultura na Universidade de Tóquio.
Por muitos anos, Ueno desejou ter um cãozinho da raça Akita, até que um de seus alunos o incentivou a adotar o belo exemplar da raça Hachiko ou Hachi, que passou a ser seu apelido posteriormente.
A partir daí o cachorrinho se tornou o melhor amigo de seu dono, que o tratava como se fosse seu próprio filho.
Inseparáveis, Hachi sempre acompanhava Eisaburo de manhã até a estação de trem Shibuya, localizada próxima a casa deles no subúrbio de Tóquio.
O professor fazia esse trajeto todos os dias para se transportar até seu trabalho e à tarde, quando voltava, novamente Hachiko o esperava no mesmo local para recepcioná-lo.
Essa rotina da dupla durou quase dois anos. Até o dia em que o dono de Hachi não retornou do trabalho.
Era dia 21 de maio de 1925, data em que, infelizmente, o Doutor Ueno sofreu um AVC durante uma reunião na universidade e acabou falecendo. A partir daí, Hachiko passou a esperá-lo todos os dias na mesma estação de trem, incansavelmente.
Essa espera perdurou pelos próximos nove anos e dez meses seguintes. Sim, exatamente… Por todos esses anos o cãozinho ficou esperando seu dono na estação de trem e só cedia quando sentia muita fome.
Com o tempo, funcionários do lugar e passageiros comovidos com a situação passaram a levar comida e petiscos para o cachorrinho.
Símbolo nacional
É claro que durante todo esse período, a saúde de Hachi deixou de ser o que era, principalmente devido aos machucados de brigas, a sarna e até mesmo por sinais de desnutrição.
Mas no ano de 1929 um aluno de Eisaburo tomou conhecimento de tudo, o que o levou a publicar vários artigos sobre essa linda amizade por intermédio dos relatos de seus novos donos, que passaram a ser a família do jardineiro de parentes do professor. Aliás, o aluno descobriu que Hachiko fazia parte dos 30 cães da raça Akita de sangue puro em todo país.
A história foi publicada por Asahi Shinbun em um dos jornais mais importantes do Japão em 1932 e emocionou toda a população japonesa, inspirando pessoas e levando muitos a visitarem o cão Hachiko em Shibuya.
Mesmo com novos donos, Hachi jamais deixou de esperar Ueno. Isso fez com que o cão se tornasse um símbolo de lealdade para o povo japonês, incentivando professores e pais a utilizarem a atitude dele como exemplo para as crianças.
Em 21 de abril de 1934 uma estátua de bronze de Hachiko foi erguida próxima à estação de Shibuya. Um ano depois, em 8 de março de 1935, com 11 anos Hachi morreu no mesmo lugar onde aguardou seu dono durante toda a vida.
Seus ossos foram enterrados junto à sepultura do seu amado mestre e a sua pele foi empalhada para exibição no Museu Nacional da Ciência do Japão.
Devido à projeção dessa amizade, a raça Akita passou a ser considerada Patrimônio Nacional do Japão e a estação de Shibuya continua sendo um ponto de encontro para pessoas encantadas com a história de amor entre Hachi e Eisaburo.
Para uma parceria que durou além da vida, nos resta hoje uma réplica da estátua original para sempre lembrar: Como os cães podem ser devotados a seus donos e como esses animais têm muito a nos ensinar sobre amor e amizade.
Fica o desejo: Que um dia a gente finalmente aprenda essa grande lição.